Notícias

Os Robôs já são realidade nas cirurgias ortopédicas

12 de janeiro de 2018

Autor: David Sadigursky

A medicina vem acompanhando os avanços tecnológicos em todas as suas especialidades. Na ortopedia, em especial, as cirurgias vêm ganhando um forte aliado com o desenvolvimento dos robôs.

Atualmente, o seu uso é utilizado de forma complementar, aumentando a precisão das incisões e ressecções, que necessitam de um reconhecimento anatômico ideal. Este recurso se faz importante tanto para o planejamento, como para a execução dos procedimentos de correção das deformidades ósseas, para o posicionamento de implantes e até mesmo para tensionamento balanceado de tecidos moles, necessários nas cirurgias de próteses de joelho.

Especialistas da MAYO Clinic, em Jacksonville, já estão utilizando o braço robótico para auxiliar nas cirurgias de próteses, sob a afirmação de que o equipamento permite uma maior perfeição na remoção de pequenos ossos e colocação de implantes com o objetivo de simular uma articulação normal, além de permitir incisões menores e preservação de uma maior quantidade de tecido ósseo.

No Brasil, o Hospital Albert Einstein recebeu o reconhecimento do seu centro de cirurgia robótica pela Surgical Review Corporation, tendo completado em 2016, o marco de 5 mil cirurgias de próstata realizadas com auxílio do robô, colocando-o na posição de pioneiro na técnica robô-assistida na América latina.

Na ortopedia, este tipo de cirurgia se iniciou com a navegação, que demonstra através de sensores, os parâmetros ideais dos cortes e medidas dos componentes, sendo mais recentemente adicionado o auxílio do braço robótico. Este recurso já se encontra disponível em grande parte das regiões do país.

O braço robótico é utilizado para auxiliar a mão do cirurgião permitindo cortes milimétricos e preestabelecidos, que são determinados previamente com o estudo da anatomia específica do paciente, através do exame de tomografia computadorizada e um software, que é capaz de calcular um plano cirúrgico individualizado. Esta tecnologia adiciona os mesmos princípios das cirurgias auxiliadas por navegação, que se baseia nos conhecimentos utilizados pelo sistema de GPS (Sistema de Posicionamento Global). Sensores posicionados no membro são detectados por câmeras do aparelho que faz os cálculos necessários que indicam o posicionamento mais adequado dos guias de corte e dos implantes.

Para a realização da cirurgia robotizada ou apenas com o braço robótico, os tremores que podem acometer os cirurgiões, são eliminados pelo sistema que filtra os seus gestos. Sendo assim, os possíveis erros de técnica, que podem ser provocados por fadigas durante procedimentos prolongados, podem ser bastante minimizados. Outro argumento a favor da sua utilização é a capacidade de diminuir o tempo das cirurgias, levando à diminuição do sangramento e das taxas de infecção pós-operatória.

Uma limitação desta tecnologia ainda é o custo elevado, que inviabiliza a sua utilização por todos os hospitais do país. No entanto, com o aumento da sua utilização e com maiores evidências da sua importância esta tecnologia se tornará mais abrangente, até mesmo para regiões mais carentes.

Até o momento, a polêmica a respeito desta inovação no campo da cirurgia, se faz nos resultados clínicos após os procedimentos. Apesar do reconhecimento da precisão promovida pela robótica, os recentes estudos, comparando esta tecnologia com as cirurgias realizadas por médicos experientes, não demonstraram diferenças significativas quanto a melhora da função articular e longevidade do implante. É possível conjecturar que para o cirurgião com um menor volume de uma determinada cirurgia, o auxílio deste equipamento possa contribuir com resultados mais próximos dos que estão mais habituados com o procedimento, nos casos mais complexos.

Ao longo dos anos, com o aperfeiçoamento da cirurgia robótica, as cirurgias poderão ser treinadas previamente em um ambiente de realidade virtual como se estivéssemos executando a cirurgia específica de cada paciente, e o robô poderá reconhecer e auxiliar no procedimento cirúrgico com maior eficácia, apontando as imperfeições que possam ser geradas por instrumentos manuais. Adicionando a tecnologia de telemedicina e realidade virtual, será possível que cirurgiões possam realizar cirurgias mesmo estando em outra cidade ou até mesmo em outro país. Uma cirurgia para tratamento de uma doença rara que necessite de um médico experiente no procedimento e com a devida urgência, poderá ser realizada em tempo hábil sem ter que contar com o deslocamento deste profissional, que poderá realizá-la do hospital da sua localidade. Entretanto, a máquina não substitui o profissional que conduz o ato cirúrgico, reconhecendo as nuances e complicações, que requerem sensibilidade e conhecimento específico.

Os avanços tecnológicos requerem adaptações que devem ser reconhecidas e aceitas como um grande incremento na capacidade cirúrgica dos médicos, permitindo, com isso, a melhora da qualidade de vida dos pacientes. Não se pode negar que a robotização é um caminho que deverá se consolidar em breve.

fonte - ATARDE MAIS TI

Top

Mensagem enviada com sucesso!

Marque sua consulta. 71 3351-8377 / 3351-1917 / 99611-0902 (WhatsApp)